Violência epistêmica e racismo estrutural ¿pode fazer ciência o subordinado?

Resumo

Este artigo analisa de forma crítica como a racionalidade eurocêntrica foi auto erigido na única forma válida de produção de conhecimento científico; desvalorizando múltiplos conhecimentos, representações e imaginários locais. O texto aborda como a subjetividade moderna construiu a alteridade dos setores periféricos em termos de inferioridade epistêmica, pesquisando se as representações atuais da alteridade negra, realmente constituem uma mudança do paradigma na forma como a diferença é abordada, ou se correspondem a uma continuação eufemística do legado colonial. Na elaboração do artigo, utilizou-se o método genealógico, como uma aposta política e acadêmica pretende através da elaboração de uma narrativa historiográfica, desvendar de forma posicionada, a forma como os discursos oficiais foram moldando as subjetividades que hoje se enquadram dentro da afrocolombianidade como categoria de identidade. Nesse sentido, retoma algumas críticas feitas por setores intelectuais afiliados a estudos pós-coloniais, estudos de subalternidade, a colonialidade do poder e feminismos contra-hegemônicos, se
reflete sobre a possibilidade de se engajar em um diálogo verdadeiramente intercultural entre os
diversos saberes, o que, no final, permitirá que setores historicamente excluídos – especificamente
afro-colombianos – produzam e disseminem conhecimentos científicos.